E depois de mais um dia exaustivo de trabalho ela chega no
seu apartamento e acende a luz,passa os olhos pela casa e pensa no dia que ela
resolveu querer aceitar a solidão como parceira.
Foi numa tarde ensolarada,ela era moça ainda,estava sentada
nos degraus da faculdade observando ele vir de encontro a ela com o sorriso
mais lindo que alguém poderia dar para outro alguém. Ele chega,beija a testa
dela e começa a contar o plano maluco que ele queria para os dois,falando para
ela largar a faculdade se casar com ele,morar numa casinha cheia de
filhos,explicando que não iriam ter a mordomia de sempre mas que o amor que
existia neles compensava.
Perplexa ouvindo toda essa loucura,ela só conseguia pensar
nos seus próprios planos,de viajar pra fora,aprender novas línguas,exercer sua profissão,uma
casa boa,se casar ela também queria mas depois de ter a vida estabilizada,e
filhos ela queria um e olha lá. Ela nunca quis viver essa vida maluca que ele
inventou,e a única coisa que ela conseguiu responder foi “amor não coloca
comida no prato de ninguém” ,levantou e entrou pra sua aula de calculo I.Depois
disso não se falarão mais e nem se virão.
Ela acorda do sonho que ela teve acordada,liga a televisão e
vai prepara um Martini com duas azeitonas,sentou no sofá e se lembrou que no
caminho de casa viu ele em algum barsinho com uma mulher,parecia estar feliz e
ela desejava toda a felicidade do mundo pra ele.
Não que ela tivesse uma vida triste,mas se ela tivesse
escolhido viver aquela vida maluca com ele,ela não seria um engenheira tão bem
sucedida,não teria todos os luxos que ela tem hoje.Mas ela teria um corpo pra
esquentar o dela nessas noites frias de Curitiba.